segunda-feira, 7 de novembro de 2016

MPF no Ceará pede anulação da redação do Enem 2016 por causa de vazamento

O procurador Oscar Costa Filho, do Ministério Público Federal no Ceará, protocolou, no início da noite desta segunda-feira (7), uma ação civil pública pedindo a anulação da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016 por causa do vazamento do tema da redação.

Segundo o procurador, a ação se baseia na operação da PF (Polícia Federal) do domingo -- a PF deflagrou duas operações para reprimir fraudes no Enem, a Operação Desmonte e a Operação Jogo Limpo. Segundo a PF no Ceará, um dos candidatos detidos no domingo sabia o tema da redação antes do início da prova.

Para Costa Filho, a versão apresentada pelo Inep, órgão federal responsável pelo Enem, não tem sentido. "A operação da PF desmente a versão oficial do Inep dizendo que foi uma coincidência. Essa versão não se sustenta com as provas apresentadas, e a redação deve ser anulada em todo o país", disse.

Ele se refere a uma postagem do Facebook de 2015 que viralizou na noite de ontem. O tema da redação do Enem 2016, "Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil", é o mesmo que aparece em uma imagem divulgada no ano passado pelo MEC (Ministério da Educação) nas redes sociais da pasta. Na ocasião, isso foi feito para desmentir um boato de que teria havido vazamento da prova.

"O fato de a prova falsa divulgada às vésperas do Enem 2015 ter se baseado no mesmo estudo da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, ainda que com um recorte diferente, não pode ser tido como uma mera coincidência de assuntos", argumentou o procurador.

"Ademais, a versão oficial do Inep resta cabalmente refutada quando se constata que a Polícia Federal prendeu em flagrante portando documento com o tema e o texto da redação pronto para ser transcrito durante a realização da prova de redação do dia seis", escreveu o procurador na sua ação.

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