O procurador
Oscar Costa Filho, do Ministério Público Federal no Ceará, protocolou, no
início da noite desta segunda-feira (7), uma ação civil pública pedindo a
anulação da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016 por causa do
vazamento do tema da redação.
Segundo o
procurador, a ação se baseia na operação da PF (Polícia Federal) do domingo -- a
PF deflagrou duas operações para reprimir fraudes no Enem, a Operação Desmonte
e a Operação Jogo Limpo. Segundo a PF no Ceará, um dos candidatos detidos no
domingo sabia o tema da redação antes do início da prova.
Para Costa
Filho, a versão apresentada pelo Inep, órgão federal responsável pelo
Enem, não tem sentido. "A operação da PF desmente a versão oficial do Inep
dizendo que foi uma coincidência. Essa versão não se sustenta com as provas
apresentadas, e a redação deve ser anulada em todo o país", disse.
Ele se refere
a uma postagem do Facebook de 2015 que viralizou na noite de
ontem. O tema da redação do Enem 2016, "Caminhos para combater a
intolerância religiosa no Brasil", é o mesmo que aparece em uma imagem divulgada
no ano passado pelo MEC (Ministério da Educação) nas redes sociais da pasta. Na
ocasião, isso foi feito para desmentir um boato de que teria havido vazamento
da prova.
"O fato
de a prova falsa divulgada às vésperas do Enem 2015 ter se baseado no
mesmo estudo da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República,
ainda que com um recorte diferente, não pode ser tido como uma mera
coincidência de assuntos", argumentou o procurador.
"Ademais,
a versão oficial do Inep resta cabalmente refutada quando se constata que
a Polícia Federal prendeu em flagrante portando documento com o tema e o texto
da redação pronto para ser transcrito durante a realização da prova de redação
do dia seis", escreveu o procurador na sua ação.
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