O presidente
cassado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi preso hoje, em Brasília e será
levado para Curitiba, base da Lava Jato, até o final da tarde. Por volta das
13h40, Cunha foi levado para o hangar da Polícia Federal, em Brasília, para
embarque a capital paranaense. Segundo a PF, a previsão de chegada do
ex-deputado a Curitiba é entre 17h e 18h.
A prisão foi
decretada no âmbito da Operação Lava Jato, informou a PF. O ex-deputado foi
capturado preventivamente perto do prédio dele, na Asa Norte, em Brasília, por
ordem do juiz federal Sérgio Moro. O magistrado acolheu os argumentos da
força-tarefa da Procuradoria da República de que Eduardo Cunha em liberdade
representa um "risco para a instrução do processo e para a ordem
pública". A ordem do juiz foi dada nesta terça-feira, 18.
A investigação
contra Eduardo Cunha sobre contas na Suíça abastecidas por propinas na
Petrobras estava sob responsabilidade do Supremo Tribunal Federal (STF).
Cassado pela Câmara, o peemedebista perdeu o foro privilegiado perante a Corte
máxima.
Os autos foram
deslocados, então, para a 13ª Vara de Curitiba, base da Lava Jato. Na
segunda-feira, 17, Moro intimou Eduardo Cunha para apresentar sua defesa prévia
em ação penal que atribui ao ex-deputado US$ 5 milhões nas contas secretas que
ele mantinha na Suíça.
A mulher de
Eduardo Cunha, Cláudia, também é acusada na Lava Jato. Mais de US$ 1 milhão da
propina que o peemedebista teria recebido sobre contrato da Petrobras no campo
petrolífero de Benin, na África, foram gastos por ela em compras de luxo na
Europa, segundo os investigadores. Cláudia adquiriu sapatos, bolsas e roupas de
grife na França, Itália e em outros países europeus.
Denúncias - A primeira denúncia contra
Cunha veio em agosto de 2015, e acusa o parlamentar de corrupção e lavagem de
dinheiro por ter recebido ao menos US$ 5 milhões em propinas referentes a dois
contratos de construção de navios-sonda da Petrobras.
Por
unanimidade, o Supremo aceitou a acusação em março deste ano e tornou Cunha o
primeiro político réu na Lava Jato. Nesta denúncia ele responde por corrupção e
lavagem de dinheiro.
No mesmo mês,
o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou a segunda denúncia
contra o peemedebista, desta vez por manter contas não declaradas no exterior
utilizadas para receber propina, também no esquema de corrupção na Petrobras. A
denúncia teve origem na investigação da Suíça que, graças a um acordo de
cooperação internacional, foi encaminhada ao Brasil para que o político pudesse
ser processado no País.
Mais uma vez
por unanimidade, o Supremo aceitou a acusação contra o parlamentar, que passou
a responder novamente por corrupção, lavagem e, pela primeira vez, por evasão
de divisas.
Em 10 de junho
deste ano, Janot apresentou a terceira denúncia contra o peemedebista, desta
vez por suspeita de desviar dinheiro do Fundo de Investimentos do FGTS
(FI-FGTS) nas aplicações que o fundo fazia em obras. A acusação tem como base a
delação premiada do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto e descreve em
detalhes o suposto esquema ilegal instalado no banco público.
Conforme o
procurador-geral, Cunha solicitava propina de grandes empresas para que Cleto viabilizasse
a liberação de recursos do FGTS. O caso está sob sigilo na Corte e aguarda uma
decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal que não decidiu ainda se aceita
a denúncia.
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