Após mais de
12 horas de depoimentos nesse sábado (27), foi concluída a fase de oitivas das
testemunhas de defesa e de acusação do julgamento do processo de impeachment da
presidente afastada Dilma Rousseff. O último a depor nesta fase foi o professor
de direito tributário da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) Ricardo
Lodi Ribeiro, que falou como informante.
Lodi foi
questionado por 13 dos 81 senadores, além do advogado de defesa José Eduardo
Cardozo e da acusação Janaina Paschoal. Na avaliação de Lodi, os decretos
editados pela presidente em julho e agosto de 2015 não eram considerados
infração até aquela data pelo Tribunal de Contas da União, que só em outubro
mudou seu entendimento. “Não entro no mérito dessa mudança ser positiva ou
negativa. Naquela momento em que foram editados os decretos, esse entendimento
não existia”, disse.
Ao ser
questionado pelo senador Magno Malta (PR-ES), que Dilma teria alterado a meta e
“limpado a cena do crime”, Lodi disse que não houve crime então, “não houve
limpeza de cena”. O depoimento de Lodi durou cerca de três horas e o presidente
do Supremo Tribunal Federal (STF) e dos trabalhos, Ricardo Lewandoswski pediu,
no início do depoimento, para que o professor se limitasse a responder às
perguntas sobre o aspecto técnico e não se manifestasse politicamente. Nesse
sábado também foi ouvido o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, que respondeu
às perguntas dos senadores por mais de oito horas.
Sessão convocada - Ao término dos
trabalhos, o Lewandoswski convocou a continuidade da sessão de julgamento do
processo de impeachment para segunda-feira (29), quando a presidente afastada Dilma
Rousseff fará sua defesa pessoalmente no plenário do Senado. Dilma terá 30
minutos iniciais, que poderá ser prorrogado por mais 30, e cada senador poderá
fazer questionamentos por até cinco minutos, as quais Dilma poderá responder,
ou não, e utilizar para isso o tempo que julgar necessário.
Até o momento
já se inscreveram para questionar Dilma 47 dos 81 senadores. A presidente
afastada estará acompanhada de cerca de 30 pessoas, entre ex-ministros,
presidentes de partidos aliados, assessores e do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva.
Neste domingo
(28), às 11h, os defensores do impeachment vão se reunir no Senado para traçar
estratégias sobre os questionamentos que farão a Dilma e os próximos passos do
processo. Aliados de Dilma também terão reuniões neste domingo com a presidente
afastada, mas no Palácio do Alvorada, para se preparar para a sessão de
segunda-feira.
Com informações do Portal Correio da
Paraíba
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