Se o
impeachment de Dilma Rousseff for confirmado no fim de agosto, Michel Temer
será empossado como o 37º presidente do Brasil e colocará no peito a… cadê a
faixa presidencial? A mais bizarra auditoria de que se tem notícia está sendo
realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU): encontrar o misterioso lugar
em que está a faixa presidencial do Brasil. O TCU descobriu que 4 500
itens do patrimônio da Presidência da República estão sumidos. Ninguém sabe se
foram surrupiados ou simplesmente extraviados. Entre os objetos estão obras de
arte, utensílios domésticos, peças de decoração, material de escritório,
computadores e, sim, a faixa presidencial. Que fim ela levou?
A novidade
apareceu durante uma auditoria do TCU que tinha outra finalidade. Em março
passado, a Operação Lava-Jato localizou um cofre numa agência bancária em São
Paulo no qual o ex-presidente Lula guardava presentes recebidos durante os oito
anos de Presidência. A lei determina que os presentes trocados entre chefes de
Estado sejam incorporados ao patrimônio da União. Lula e Dilma, segundo os
técnicos, desrespeitaram a regra. Entre 2003 e 2010, Lula recebeu 568
presentes. Pelos registros, deixou no Planalto só nove deles. Já Dilma recebeu
163 presentes. Apenas seis foram incorporados ao patrimônio público. O TCU
sugeriu ampliar o sistema de fiscalização para impedir que futuros presidentes
levem bens que deveriam ser públicos.
Entre os
objetos extraviados, há computadores, equipamentos de segurança, peças da
coleção de prataria palaciana, tapetes persas, porcelana chinesa, pinturas de
artistas brasileiros. Apenas no Palácio da Alvorada, a residência oficial da
Presidência, foi constatado o sumiço de 391 objetos. Já na Granja do Torto, uma
espécie de casa de campo que fica à disposição dos presidentes, foram mais 114
bens. O prejuízo estimado chega a 5,8 milhões de reais: “Há clara negligência
da Secretaria de Administração da Presidência da República na guarda dos bens
patrimoniais”, diz o relatório elaborado pelo TCU.
Para comprovar
as irregularidades apontadas na auditoria, o TCU procurou nos órgãos de
controle de patrimônio e nos arquivos do Ministério das Relações Exteriores os
registros de viagens oficiais dos presidentes ao exterior e de visitas de
líderes mundiais ao Brasil. Com base em fotos e relatórios diplomáticos
constataram-se várias ocasiões em que os presentes recebidos por Lula e Dilma
foram incorporados aos seus bens pessoais.
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