quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Enquanto isso, em Alagoas... - Detentos devem ser soltos por falta de espaço em presídios

Nova inspeção, velhos problemas. Uma sequência de visitas realizadas ontem pelo corregedor-geral de Justiça, Antônio Bittencourt, e o juiz de Execuções Penais, José Braga Neto, constatou que apesar das denúncias constantes, de medidas adotadas, dos mutirões realizados, os problemas no sistema prisional de Alagoas persistem e parecem aumentar a cada dia, sobretudo os de infraestrutura e superlotação.

Há presídios onde o número de detentos já chega ao triplo de sua capacidade. Sujeira, falta de higiene, falta de espaço para banho de sol completam a situação de caos que transforma as carceragens em ambientes desumanos, impróprios para o sistema de ressocialização das pessoas ali encarceradas.

Segundo o corregedor Antônio Bittencourt, essa inspeção pode resultar na emissão de alvarás de soltura, avaliando, com base no relatório do Juizado de Execuções Penais, a situação de cada reeducando, o tempo que está no sistema e se existem condições de soltura – se o crime cometido foi de natureza leve, como furto, porte de arma ou algumas situações da Lei Maria da Penha, que permitam cumprir pena em liberdade.

Na avaliação do advogado Carlos Ângelo, presidente da Associação dos Advogados Criminalistas de Alagoas (Acrimal), o que falta ao sistema é um trabalho consistente de ressocialização. “Sem isso, não tem como reduzir a população carcerária. Porque o índice de reincidência em delitos vai continuar alto, trazendo de volta os reeducandos liberados pelo sistema”, diz ele.

Ângelo criticou o não cumprimento de regras básicas do Conselho Nacional de Justiça, como as audiências de custódia, que deveriam acontecer em até 24 horas após a detenção e disse que é isso que está superlotando as casas de detenção.

Com informações da Gazeta de Alagoas

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