terça-feira, 24 de agosto de 2021

Se o PSB tiver candidato ou apoiar Ciro, evidente que vamos com Lula, dispara Teresa Leitão



O Partido dos Trabalhadores (PT) pode ter um palanque próprio em Pernambuco em 2022. Tudo isso depende de como as costuras devem seguir. Há uma semana, para ser exato, o ex-presidente Lula (PT) esteve no Recife para reunir-se com representantes da sigla no estado, conversar com representantes da Frente Popular e oposicionistas que se “afeiçoam” ao líder petista. O mais esperado foi o jantar de Lula com o governador Paulo Câmara, que é vice-dirigente nacional do PSB, e com o prefeito do Recife, João Campos.

Na conversa, conforme revelaram fontes à reportagem, Lula questionou o tom da campanha de segundo turno das eleições municipais de 2020, mas “pareceu querer deixar isto para lá”. Nos bastidores do PT há a possibilidade da sigla sair com representação própria ao governo de Pernambuco. Nomes como o do senador Humberto Costa (PT) e da deputada federal Marília Arraes (PT) voltam a tomar corpo. Contudo, há petistas que afirmam que essa máxima não é “martelo batido”.

A deputada estadual Teresa Leitão (PT), por exemplo, assinalou à reportagem que a possibilidade da sigla ter palanque próprio existe, mas que não é decisão tomada. Segundo a parlamentar, a probabilidade é assunto público e notório. “A gente ainda não definiu. Mas, pode ter. Temos duas propostas rolando no PT: candidatura própria ou aliança. Como vamos escolher essa tática eleitoral é que nos guia na decisão. O que for melhor para o projeto Lula nacional”, cravou Teresa.

Questionada sobre as costuras, Teresa sinalizou que apenas seguirão com o PSB em Pernambuco se eles seguirem com Lula nacionalmente. “Se o PSB tiver candidato próprio ou Ciro Gomes, é evidente que vamos seguir com Lula. Estaremos com quem estiver com Lula. A gente pode ter um palanque próprio se as condições para Lula não forem viabilizadas”, arrematou a parlamentar.

Em reserva, socialista vaticinou que “estamos pensando em nome próprio, sim. Seguir com Lula pode ser repetir erros do passado, que acredito que não queremos repetir. É um erro e precisamos aprender e não repetí-lo”. A fonte assinalou, ainda, que, caso não tenham candidatura própria, “o PSB pode apoiar Ciro Gomes (PDT). É o que acho mais viável no momento”, afirmou fazendo referência ao fato de ter meio caminho andado devido ao fato de Isabella de Roldão, vice-prefeita do Recife, ser do PDT e já compor, mesmo que localmente, um palanque com o PSB.

Na noite do jantar, que ocorreu no último dia 16, no Palácio do Campo das Princesas, o presidente do PSB em Pernambuco, Sileno Guedes, destacou que o objetivo do encontro era buscar convergência."É uma conversa que está acontecendo no país inteiro. As forças democráticas estão conversando e buscando um grande ponto de convergência que é o combate ao governo Bolsonaro, derrotar Bolsonaro nas próximas eleições.Eu acho que a vinda do ex-presidente Lula aqui hoje é muito importante para consolidar esse pensamento de que os partidos que têm responsabilidade com o país, como o PSB, precisam estar falando a mesma linguagem".

Jantar de expectativas - Sileno Guedes também admitiu a possibilidade do PSB lançar candidatura própria a presidência. "Acredito que pode, mas o mais importante hoje é o diálogo. A melhor opção para o PSB hoje é derrotar o presidente Bolsonaro", ressaltou.

Presidente estadual do PT, Doriel Barros, também evitou bater o martelo sobre a retomada da aliança com o PSB. "O ex-presidente entende que tem muito chão pela frente, então essa discussão vai ser feita no momento oportuno. O PT está construindo uma frente ampla e o ex-presidente está trabalhando com esse objetivo", explicou.

Ensaio de retorno é antigo - O PT e o PSB ensaiam um retorno de alianças desde quando a eleição municipal do Recife em 2020 foi encerrada. Eleições essas que deixaram algumas relações estremecidas. Petistas, inclusive, deixaram cargos que ocupavam nas gestões municipal e estadual. Passados movimentos, pessoas ligadas ao PT voltaram a ocupar cargos na gestão do PSB, desta vez, unicamente na gestão de Paulo Câmara (PSB). Já na gestão João Campos (PSB), o prefeito mantém o que prometeu durante a sua eleição: "não ter ninguém do PT em seu governo". Afinal, parte de sua campanha no segundo turno foi no tom antipetista. Apesar disso, há quem diga que ele "goste do Lula".

Publicamente, representantes políticos confirmam possível aliança. A novidade movimenta tanto os cenários nacional quanto o local. Em Pernambuco, por exemplo, a possibilidade da união “em prol de um bem comum” guia o reatar de alianças entre as duas forças políticas - que dominam o Norte e o Nordeste. Os olhos seguem fitados para 2022. De malas prontas para voltar ao PT, o ex-prefeito do Recife e deputado estadual João Paulo (PCdoB) é um adepto da aliança entre PT e PSB. Em recente entrevista à Rádio Clube assinalou que por mais que o PSB tenha "mal tratado o PT", eles sempre serão aliados.

Representantes das legendas não descartaram o reatar de laços para 2022. Tudo isso, segundo apontam especialistas, vem do “efeito Lula” e da importância que a maior liderança petista possui no Brasil e a força que mantém no Nordeste. O deputado federal Milton Coelho (PSB) não descarta aliança com o PT, destaca que o que aconteceu em 2020 ficou pra história e reforça a máxima de uma unidade para 2022. “As eleições para prefeito já passaram. Nós temos que ter capacidade de virar a página para conseguir ler o livro. A eleição de 2020 é parte da história agora. Temos que olhar para frente, o que fazer e de agora por diante. Não está descartado o diálogo com nenhuma força política. Desde que esteja disposta a construir uma unidade programática para tirar o Brasil da crise política, institucional, econômica e social que se encontra”, destacou em recente entrevista ao Diario de Pernambuco.

A mesma máxima é defendida pelo deputado federal Carlos Veras (PT). O petista, inclusive, não tece críticas à possível volta da aliança entre as siglas. “... o futuro em 2022 será novamente decidido pela direção nacional do PT. Construindo todo o processo, inclusive, em torno da candidatura à presidência do ex-presidente Lula. As conversas e se a gente vai ter uma candidatura própria em Pernambuco, que temos muitos quadros, como o senador Humberto Costa, a deputada Marília Arraes, vai depender desse processo de construir em nível nacional.

Com informações do Diário de Pernambuco

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