quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Em dois anos - Rasteiras, decisões equivocadas e manobras tiram de Helinho Aragão o papel de protagonista da política santa-cruzense

A tarde de 4 de dezembro de 2018 entrou para a história da política de Santa Cruz do Capibaribe. Naquele dia, depois de uma verdadeira reviravolta, Augusto Maia foi eleito presidente para o biênio 2019/2020. Ronaldo Pacas (vice-presidente), Júnior Gomes (1º Secretário) e Carlinhos da COHAB (2º secretário) completaram a Mesa. 

A volta de um Maia ao comando de um dos poderes, no entanto, custou caro para um outro companheiro de partido. Helinho Aragão foi tido como o favorito para vencer a disputa pela presidência da Câmara naquela tarde, e viu, aos ‘45 do segundo tempo’ o jogo virar... Suas pretensões e o sonho de sair vitorioso da disputa acabaram indo por água abaixo. A festa para amigos, correligionários e familiares teve que ser cancelada e Helinho saiu da Câmara cabisbaixo, passando pelo o que era até então, o episódio mais frustrante de sua breve trajetória como homem público. 

O tempo passou, feridas cicatrizaram e Helinho ‘perdoou’ os responsáveis pela puxada de tapete de dezembro de 2018, tanto é que, voltou a andar lado a lado com aqueles que ‘queimaram’ seu nome para que a eleição de Augusto fosse possível. Depois disso, Helinho se lançou pré-candidato a prefeito, projeto que sucumbiu para que ele declarasse apoio a Fernando Aragão, mas que meses depois renasceu das cinzas, com o apoio ‘total e irrestrito’ do ex-prefeito Zé Augusto Maia e do deputado estadual Diogo Moraes. 

Helinho cometeu o ‘pecado capital’ de acreditar em Diogo, em Danilo Cabral (que simplesmente sumiu do debate local) e na promessa de que o PSB daria a ele a legenda para a disputa pela Prefeitura. O tempo passou e nenhuma declaração dos dirigentes estaduais da legenda socialista foi dada, para que Helinho pudesse enfim, trabalhar de forma tranquila e planejada sua pré-candidatura. A situação que soava estranha para muitos, ganhou contornos dramáticos com a ‘intervenção branca’ decretada pelo presidente do PSB, Sileno Guedes. Ele foi claro, objetivo: “A direção estadual do PSB definirá se o partido terá ou não candidato a prefeito em Santa Cruz do Capibaribe”. 

De mãos atadas e vendo o estrago político cada vez mais nítido, Helinho se amparou no prestígio da Família Moraes e no fato de estar filiado ao PSB para manter vivo o sonho de disputar a Prefeitura de sua cidade... O que não foi suficiente. 

Helinho viu, assim como toda a cidade, Eduardo da Fonte ganhar cada vez mais espaço e poder nas decisões referentes a Santa Cruz. Em meio a tudo isso percebeu que suas ligações telefônicas passaram a ser ignoradas e o pior de tudo: chorou a morte de Fernando Aragão, sem que antes pudessem acertar as pendências políticas. Para fechar esse turbulento relato com ‘chave de lata’, Helinho recebeu mais uma pancada: “Nem para vice seu nome serve mais”. 

Hélio Lima Aragão Filho, ou simplesmente Helinho Aragão. 36 anos, casado e pai de duas filhas, empresário bem sucedido e indiscutivelmente um sujeito do bem... Nada disso foi levado em consideração na hora de aprontarem pra cima dele. Nada, absolutamente nada foi levado em conta na hora de aplicarem uma rasteira nele em dezembro de 2018, nem tampouco agora, em agosto de 2020, quando mais uma vez Helinho foi seduzido pelo canto da sereia.

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