Por 367 votos
favoráveis e 137 contrários, a Câmara dos Deputados aprovou às 23h47 deste
domingo (17) a autorização para ter prosseguimento no Senado do processo
de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Houve sete abstenções e somente dois
ausentes dentre os 513 deputados. A sessão durou 9 horas e 47 minutos; a
votação, seis horas e dois minutos.
Às 23h08,
pouco mais de 40 minutos antes do fim da sessão, o voto do deputado Bruno
Araújo (PSDB-PE), completou os 342 necessários para a autorização do processo.
Deputados pró-impeachment comemoraram intensamente no plenário; deputados
contrários ao impeachment apontaram injustiça contra a presidente.
Os senadores
podem agora manter a decisão dos deputados e instaurar o processo ou arquivar
as investigações, sem analisar o mérito das denúncias.
A
possibilidade de uma decisão contrária a Dilma se tornou mais forte ao longo da
última semana, quando alguns dos principais partidos da base aliada, como PP e PSD,
desembarcaram do governo e anunciaram voto favorável ao impeachment. Ainda
assim, o resultado final era incerto até a tarde deste domingo.
Durante todo o
fim de semana, Dilma procurou angariar apoio de indecisos, com a ajuda
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não isso não foi o suficiente
para evitar que se alcançasse o mínimo de 342 votos necessários para a abertura
do processo.
Os dois
tentaram, ainda, obter apoio popular, afirmando que um governo comandado por Michel
Temer, vice-presidente da República, poderia por fim a programas sociais.
Em vídeo
divulgado na internet, no fim da noite de sexta (15), Dilma disse que os
“golpistas” querem derrubar o Bolsa Família. Michel Temer reagiu à fala e
criticou o que chamou de “mentiras rasteiras”. Pelo Twitter, ele afirmou que,
se assumir o governo, vai manter programas sociais.
O governo sofreu
alguns golpes na sua articulação para tentar barrar o processo na Câmara. Mauro
Lopes (PMDB-MG), exonerado da Secretaria de Aviação Civil para votar contra o
impeachment, acabou votando a favor da continuidade do processo.
A Executiva do
PR havia determinado que a bancada votasse contra a continuidade do processo,
mas a grande maioria dos deputados do PR votou a favor do impeachment.
Por volta das
22h, quando o placar já contava quase 300 votos "sim", o líder do
governo da Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), assumiu a derrota, mas
disse que é "momentânea" e que não abaterá o governo.
"É uma
autorização [o que está sendo votado na Câmara] que vai para o Senado. A nossa
expectativa é que o país se levante. Vamos continuar lutando porque não somos
de recuar e muito menos de nos deixarmos abater por essa derrota
momentânea", declarou.
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