sábado, 13 de maio de 2017

Enquanto isso, em Brasília... - Palocci afasta advogado para negociar delação com Lava Jato e Lula entra com ação contra Moro no CNJ

O ex-ministro Antonio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma) decidiu fazer delação premiada. Nesta sexta-feira, 12, diante da promessa de que "muito em breve" poderá ganhar a liberdade, ele comunicou seu advogado de confiança, o veterano criminalista José Roberto Batochio, que não precisa mais de sua assistência.

Palocci está preso desde setembro de 2016. Ele teria comunicado a Batochio que a saída dele da causa foi uma "primeira exigência" da força-tarefa da Lava Jato. Batochio, "por princípio", não defende clientes que fazem delação premiada. Nos últimos meses, o criminalista tem travado um embate tenso com os procuradores do Ministério Público Federal e não desiste de tentar habeas corpus para o ex-ministro no Supremo Tribunal Federal.

Em abril, quando foi interrogado pelo juiz Sérgio Moro na ação penal em que é réu pelo suposto recebimento de R$ 128 milhões em propinas da empreiteira Odebrecht - parte do valor teria sido destinado ao PT -, Palocci acenou claramente com a possibilidade de fazer delação. Na ocasião, ele disse ao juiz que tinha informações importantes a revelar que podem esticar por mais um ano, pelo menos, os trabalhos da Lava Jato.

Batochio defende Palocci há dez anos. Nesse período conseguiu 12 absolvições do ex-ministro, como no episódio do caseiro Francenildo e na investigação sobre tomate com ervilhas da merenda escolar de Ribeirão Preto, município do qual o petista foi prefeito.

Em nota, o escritório José Roberto Batochio Advogados Associados confirmou que Palocci deu início à delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato. A nota destaca que Batochio deixou a defesa do ex-ministro em duas ações penais no âmbito da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, sob tutela do juiz Sérgio Moro.

Defesa de Lula entra com reclamação disciplinar contra Moro no CNJ - Os advogados do ex-presidente Lula entraram com uma reclamação disciplinar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o juiz Sérgio Moro, devido a sua negativa de permitir que a defesa filmasse o depoimento prestado por Lula em Curitiba, na última quarta-feira (9).

Segundo a defesa, a proibição viola deveres que a lei impõe ao magistrado, dado que o Código de Processo Civil autoriza o advogado a filmar o processo. As informações são do jornal O Globo.

O magistrado justificou a proibição com o argumento de que a defesa poderia utilizar as imagens "não com finalidades privadas ou com propósitos compatíveis com os admitidos pelo processo, mas com fins político-partidários".

O CNJ pode abrir um processo disciplinar contra o magistrado caso encontre elementos que indiquem que o juiz tenha cometido irregularidades. Segundo a Justiça Federal de Curitiba, o juiz não irá se manifestar a respeito do assunto.

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