quarta-feira, 6 de março de 2024

Importância do diálogo e acolhimento para a saúde mental no meio acadêmico


Falar sobre saúde mental durante a graduação é importante por várias razões. Primeiro, porque ajuda a reduzir o estigma em torno das questões de saúde mental, encorajando os estudantes a buscar acompanhamento quando necessário. Segundo, aumenta a conscientização sobre os sinais desses problemas e como lidar com eles, capacitando os estudantes a cuidarem de si mesmos e dos outros. “Também promove um ambiente de apoio e compreensão, contribuindo para o bem-estar geral e o sucesso acadêmico dos alunos”, destaca a psicóloga Julliane Rollim, coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Integrada CETE – FIC, em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco.

Diálogos sobre a saúde mental na vida acadêmica visam ainda trabalhar as competências socioemocionais dos estudantes, levando em consideração que essas se revelam na ação, como acrescenta a psicóloga Jéssica Veríssimo, professora do curso de Psicologia da FIC. “Elas se revelam na busca do estudante pelo resultado, no processo de aprendizagem e na busca pelo conhecimento científico. Tais competências constituem esses conjuntos de habilidades e comportamentos, que são, de certa forma, atitudes inter-relacionadas com a pessoa que busca o conhecimento e o que ela vai adquirindo durante o processo”.

O estudante precisa de resiliência emocional para lidar com os enfrentamentos acadêmicos cotidianos que ocorrem durante a graduação. “Os domínios da aprendizagem e os afetivos estão muito relacionados às habilidades mentais cognitivas. Os sentimentos e os atravessamentos emocionais de cada estudante com a formação que escolheram e o domínio psicomotor, desenvolvido também durante a graduação, que são essas habilidades mais manuais e físicas”, detalha ainda a professora Jéssica Veríssimo.

Ela acrescenta que a resiliência emocional vem da tolerância ao estresse e à frustração, durante o processo, que levam ao desenvolvimento da autoconfiança. “Há muitos sentimentos desagradáveis, inclusive, que podem estar relacionados ao ambiente acadêmico, a exemplo da ansiedade e do humor mais deprimido, o que é natural do tempo de formação e suas respectivas exigências. Existe o desafio de conciliar tudo isso com a vida pessoal do estudante, que não para. Muitos aspectos se desdobram no meio desse caminho. Por isso a importância de trabalhar as macrocompetências da resiliência emocional. É preciso que o ambiente acadêmico desperte o olhar sensível e atento às necessidades do estudante, sobretudo entre os colegas de turma e professores”.

A psicóloga também destaca que o ambiente acadêmico traz intrínseco novas exigências que estão interligadas à necessidade do competitivo mercado de trabalho para o qual esse futuro profissional está sendo preparado. “Queremos que ele se destaque no mercado de trabalho e isso torna o período e ambiente de formação, às vezes, muito acirrado entre os colegas. Por isso a necessidade de se trabalhar a empatia, a compaixão, o acolhimento e a troca no meio acadêmico”.

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