segunda-feira, 2 de abril de 2018

Sob chuva, grupo teatral Epífania encena a Paixão de Cristo em Santa Cruz do Capibaribe

Depois de passar por seis cidades, a encenação A Paixão de Cristo produzida pelo grupo teatral Epífania encerrou nesta Sexta-feira Santa (30) a oitava temporada do espetáculo. De frente a Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus dos Aflitos e São Miguel, marco zero de Santa Cruz do Capibaribe, o público acompanhou o trabalho e o empenho de mais de 130 jovens. Seja no palco ou nos bastidores, a equipe mostrou que nem a chuva poderia atrapalhar o andamento da apresentação.

Dividida em 12 atos, a produção começa mostrando a tentação de Jesus no deserto e culmina com a Sua ressurreição e aparição aos discípulos. Em alguns momentos, como na cena em que houve trevas sobre a terra após a crucificação de Jesus, o clima frio e a chuva fina deram um realismo todo especial a cena. “A nossa missão em levar as pessoas ao conhecimento do amor de Jesus por nós se renova a cada ano. Por isso, mesmo com a chuva e eu acredito que ela contribuiu positivamente para tornar a encenação mais bonita e mais introspectiva, o espetáculo manteve o seu roteiro original”, destacou o coordenador do grupo Epífania, Jailson Sousa.

Considerado um dos maiores grupos teatrais itinerantes do estado pernambucano, o Epífania passou nesta temporada pelos municípios de Frei Miguelinho, Congo, Caruaru, Barra de São Miguel e no distrito de Pão de Açúcar, em Taquaritinga do Norte. Sem fins lucrativos, a companhia de teatro conta - para a realização exclusiva da encenação da Paixão de Cristo - com o apoio cultural de instituições e o patrocínio de lojistas da Capital da Confecção para a produção dos cenários, aquisição de figuro e aprimoramento técnico, como os efeitos sonoros e de iluminação. Mediante este auxílio, o grupo consegue também levar o espetáculo para lugares onde não há encenações a céu aberto ou a população é carente de produções teatrais.

Além das mudanças de infraestrutura, anualmente, há o rodízio de atores na interpretação dos personagens centrais da Paixão (Jesus, Maria, Judas, Pedro, Pilatos, Herodes, Verônica e Maria Madalena). Segundo a coordenação, essa mudança acontece a partir da concepção e construção de cada ator para o personagem proposto. “Ainda que a história seja a mesma, o que diferencia a edição de 2017 da edição de 2018, por exemplo, é a interpretação dos atores, a veracidade com que eles vivenciam as dores, os questionamentos e a fé de seus personagens,” explica jailson.

Nesta edição, o jovem estudante de Engenharia de produção, Wallace Zacarias, interpretou o papel principal da encenação. Ainda caracterizado de Jesus, o ator destacou a compreensão dos ensinamentos cristãos e o sentimento de gratidão como os maiores legados deste trabalho de evangelização. 

“O meu entendimento sobre o gesto de Jesus dava-se até então pela narrativa bíblica, mas ao entrar em cena e vivenciar cada momento, ainda que em proporção infinitamente inferior a de Jesus, eu pude compreender melhor como o seu amor por nós é grande”, pontou Wallace.

Mesmo chovendo durante boa parte do espetáculo, o público - protegido com guarda-chuvas, debaixo de árvores ou aglomerados nas calçadas - não desistiu de acompanhar a trajetória do homem que dividiu a história da humanidade. Em determinados atos cênicos, como a tentação no deserto, a flagelação e a crucificação de Jesus, a chuva deu um encanto maior a cena. No entanto, na sequência da ressurreição e aparição aos discípulos, a chuva cessou e por um instante era como se a avenida Padre Zuzinha tivesse tornado-se o jardim do Santo Sepulcro.

De acordo com a organização, estima-se que mais de três mil pessoas tenham assistido a encenação da Paixão de Cristo ao longo das sete apresentações. Criado em 2010, o grupo composto por jovens católicos de Santa Cruz do Capibaribe (PE) visa evangelizar através do teatro e sem fins lucrativos.

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