quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Cada um no seu quadrado - Agendas separadas comprovam rompimento entre Miguel e Bolsonaro



Não precisa nem ter a declaração oficial; os fatos falam por si. O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, está na oposição ao presidente da República, mesmo com seu pai, o senador Fernando Bezerra Coelho, ocupando o cargo de líder do governo na Casa Alta; e da sua gestão ter se beneficiado com milhões da União. A distância entre Miguel e Bolsonaro é tão gritante que ninguém procura mais esconder nada.

Essa realidade ficará ainda mais clara hoje. Nesta quinta-feira (21), justamente no dia em que Bolsonaro vai estar no Sertão pernambucano, principal reduto eleitoral de Miguel, o prefeito de Petrolina vai voar para bem longe da região. O pré-candidato a governador vai ao Grande Recife e ao Agreste atrás de apoios para seu projeto político de chegar ao Palácio do Campo das Princesas.

Quem fica em uma sinuca de bico é Fernando Bezerra Coelho, que, certamente, deve ter estimulado o filho a sair do Sertão durante a passagem do presidente da República pela região. Ao contrário da imagem que querem passar os Coelhos, é muito difícil, à esta altura do campeonato, desvincular Miguel do Governo Bolsonaro. Todo mundo neste estado sabe que o prefeito só faz uma gestão exitosa em Petrolina graças ao dinheiro verde e amarelo da União.

No meio do caminho entre Esquerda e Direita, Miguel pode se perder e acabar sem ir a lugar algum na disputa pelo Governo de Pernambuco. De um lado, ele vai enfrentar o candidato do PSB, que, provavelmente, será Geraldo Júlio, bombado pelo apoio do ex-presidente Lula, disparado maior cabo eleitoral do Nordeste. Do outro lado, virá um representante do Bolsonarismo, que herdará todos os votos que irão para o presidente-candidato.

Se não terá Miguel Coelho no seu palanque, Bolsonaro, como a Coluna Fala PE antecipou, ontem, deve sinalizar para o seu escolhido nos eventos de hoje. Estão na corrida para ganhar a benção do presidente o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, os deputados estaduais Clarissa Tércio e Alberto Feitosa; e o Coronel Meira, presidente do PTB em Pernambuco.

Os quatro estarão se acotovelando por holofotes na passagem de Bolsonaro por Sertânia, logo mais, quando o chefe da nação vai inaugurar uma obra incompleta: o Ramal do Agreste, que promete resolver a falta de água em 23 municípios do interior do estado. A trupe bolsonarista já está a postos esperando qualquer sinal do presidente.

Na mesma hora, Miguel estará dando início, segundo a sua assessoria, a um giro que promete percorrer 70 cidades até o final de 2021 – serão 11 só nesta primeira etapa. O petrolinense corre contra o tempo para romper a barreira do desconhecimento e tentar chegar competitivo no pleito do ano que vem. Já o presidente, seu ex-aliado, se vê, agora, com a dificuldade de ungir um nome para representá-lo.

Com informações do Blog Fala PE

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