terça-feira, 21 de julho de 2020

Muito mais que uma ‘simples’ candidatura – Futuro de Diogo Moraes no PSB depende de o partido ter ou não candidatura a prefeito em Santa Cruz do Capibaribe

A mais nova edição da tradicional ‘Novela Taboquinha’ traz um enredo até pouco tempo inimaginável, mesmo para o santa-cruzense de mente mais fértil, de imaginação mais aguçada. Isso porque, ao contrário de edições de um passado não tão longínquo, o principal motivador do perrengue dos Taboquinhas é o PSB, partido de Diogo Moraes e de Paulo Câmara, personagens que até a eleição de 2016 era tidos como os maiores inimigos do grupo, ao lado, óbvio, do prefeito Edson Vieira. 

Onde tudo começou a mudar - A eleição de 2018 serviu como um verdadeiro divisor de águas no partido. Aos poucos, nomes que até então batiam sem dó, nem piedade no PSB, passaram a ver atrativos na legenda e decidiram defender com unhas e dentes aqueles que até pouco tempo eram alvos de duras e ácidas críticas. 

Previsão feita... - Fernando Aragão, Carlinhos da COHAB, Ernesto Maia, Marllos da COHAB, Toinho do Pará, Deomedes Brito e outros entraram de cabeça nas campanhas de, Diogo, Paulo e João Campos, filho do saudoso Eduardo Campos e símbolo maior da legenda no estado. Muitos imaginaram: ‘Formou-se um grupo forte e coeso, que dificilmente perderá a eleição em 2020!”. 

Foto feita no dia 23 de Agosto de 2018, quando Fernando anunciou apoio a Paulo e Diogo

... Mas não cumprida - No entanto, o que parecia ser uma linda história de amor, acabou se transformando em um verdadeiro melodrama. Frases como, ‘Em 2020 só estarei com quem estiver comigo em 2018’, deram lugar a outras, como, ‘Cada eleição é uma história’. E a parceria de Diogo e Fernando entrou em crise, chegando ao ponto de cada um deles se lançar e comportar como pré-candidato a prefeito. Diogo acabou desistindo de sua pré-candidatura, já Fernando, sustenta o projeto até os dias de hoje. 

O poderoso Da Fonte - Em meio a toda essa história surgiu um novo personagem, decidido a ser protagonista e dar as cartas no processo eleitoral do grupo de oposição. Eduardo da Fonte convenceu Fernando a ir para o PP, de quebra, garantiu sua candidatura pelo partido, ofereceu uma estrutura para a pré-candidatura e candidatura do mesmo e ainda, o apoio do PSB ao seu projeto. Isso mesmo, Da Fonte, do PP, garantiu que o partido de Diogo não teria candidato próprio e que apoiaria Fernando Aragão. 

A intervenção - Entre declarações em grupos de Whatsapp, entrevistas em portais de internet e emissoras de rádio, e muita, mais muita provocação entre defensores de Fernando e de Diogo e Helinho, passaram-se meses, e até agora, o diretório estadual da legenda não decidiu absolutamente nada. A não ser que, o destino do partido em Santa Cruz será definido pela direção estadual, assim como, em outras 40 cidades do interior do estado. 

Tradição colocada em segundo plano - Nascido e criado politicamente no PSB, Diogo não suportará uma intervenção da direção estadual no planejamento local (como já está anunciado). Seria o fim da picada, o filho do ex-deputado Oséas Moraes (homem de confiança de Eduardo Campos) e deputado estadual por três legislaturas seguidas, ser alijado da decisão final sobre o destino do partido em sua terra natal. 

Foto de 01º de fevereiro de 2015, Diogo eleito primeiro-secretário da ALEPE 
O histórico - Esse não é o primeiro grande estresse de Diogo com PSB estadual. Em fevereiro de 2015, quando foi eleito primeiro-secretário da ALEPE, Diogo teve que enfrentar Lula Cabral, alardeado pela imprensa recifense como o ‘candidato oficial do governo’. O desgaste logo foi superado, afinal de contas, Diogo saiu vitorioso e fortalecido politicamente. 

O jogo é bruto - Agora, em 2020, o que está em jogo é algo bem maior que o campo político local, uma vez que, Eduardo da Fonte comanda com ‘punho de ferro’ um partido que tem dez deputados estaduais na Assembleia, sendo assim, essencial em votações de interesse do governo de Paulo Câmara, como também, na montagem de alianças políticas em todo o estado, tanto em 2020, quanto, especialmente, em 2022. 

E agora? - Diogo não assimilará o baque de ter o comando do PSB tomado de suas mãos. Sua saída do PSB é sim possível, no entanto, até que a decisão final do partido seja anunciada, muitos ‘bombeiros’ tentarão apaziguar a situação, para que os traumas sejam os menores possíveis, afinal de contas, a forma como o partido tem conduzido o processo em Santa Cruz tornou essa história de previsível final feliz para alguns e de final infeliz para muitos outros. 

Apenas para fechar, convido todos a refletirem: 

  • Diogo Moraes merece mesmo ser colocado em segundo plano pela direção estadual do PSB? 
  • O poder político estadual de Da Fonte, ‘engole’ mesmo a tradição da família Moraes no PSB? 
  • Em 2022, Diogo seguirá com o candidato do Palácio, ou será a hora do troco?

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