O Enem é
provavelmente a prova mais longa e diferente que você já fez. Dois dias
seguidos, 180 questões, uma redação (muitas vezes polêmica) e textos que
parecem infinitos. A gente até começa respondendo tudo certinho, lendo os
textos com calma e fazendo os cálculos com atenção. Mas no final, as grandezas
se tornam inversamente proporcionais e parece que quanto menos tempo sobra,
mais questões parecem estar sem resposta. É nessa hora que a gente só chama por
Deus e chuta tudo no gabarito, certo? Errado.
Você pode ter
uma técnica de chute infalível, muita sorte ou apenas ser desprendido, mas
esqueça disso no Enem: ele sabe quando você está chutando - e você
"perde" na nota por isso.
Ficou com
medo? A gente te explica! - O cálculo da nota do Enem é baseado na TRI (Teoria
de Resposta ao Item), que consiste num conjunto de modelos estatísticos que
qualifica o item (cada questão) de acordo com três parâmetros:
- Poder de discriminação: capacidade da questão de diferenciar os alunos em relação à dificuldade da questão;
- Grau de dificuldade;
- Possibilidade de acerto ao acaso.
As questões da
prova são divididas por níveis de dificuldade, que vão de fáceis a difíceis. A
TRI analisa as respostas do aluno: se constata que ele errou muitas perguntas
da categoria "fácil" e acertou muitas perguntas da categoria
"difícil", considera o fato estatisticamente improvável e deduz que
ele chutou. Quando isso ocorre, a questão considerada chutada passa a valer
menos porque parece ser incoerente com o padrão de respostas da prova e a média
do aluno que chutou cai.
Como é
possível perceber, a nota final do exame não é formada apenas à quantidade de
questões acertadas, mas também ao grau de dificuldade das questões acertadas e
à consistência geral de suas respostas.
Mas então,
vale a pena chutar? - Se não souber de jeito nenhum uma questão, ou se o tempo
da prova estiver acabando, o chute será a única opção. Sim, ele pode ser
detectado e causar a diminuição da nota, mas vale muito mais um acerto casual
do que uma resposta em branco.
Como resolver
a prova - Comece pelas questões que você sabe. Ao responder as questões
que você domina, você garante duas coisas importantes: os pontos e a coerência
nas respostas. Mas cuidado! Não caia na besteira de ler todas as questões de
uma vez para analisar se são fáceis ou difíceis. Isso apenas roubará seu tempo
de prova.
Não banque o
adivinho - Também não adianta dissecar o Enem em busca das perguntas que
garantem mais nota. Além de perder tempo valioso da prova, não é possível saber
quais perguntas são realmente as difíceis.
De olho no
tempo... - No Enem, utilizar bem o tempo é muito importante por conta da grande
quantidade de leituras e questões. Para lidar bem com ele, é importante
respeitar a média de 3 minutos por questão. Ou, se preferir, pense que a cada
meia hora você tem que responder 10 questões.
Mas
atenção: não fique neurótico olhando no relógio ao fim de cada pergunta
respondida. Isso acaba atrapalhando a concentração e desperdiçando tempo, ao
invés de ganhá-lo.
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