sexta-feira, 27 de julho de 2018

Ou vai ou racha - PDT pressiona Paulo por definição

Com o ex-governador Ciro Gomes isolado na corrida presidencial, o PDT formalizou, ontem, apoio à reeleição do governador de São Paulo, Márcio França (PSB), que lidera um diretório expressivo dentro do partido, como mais um gesto para obter o apoio nacional do PSB. Apoio este que tem sido atrapalhado pela ala pernambucana do PSB, liderada pelo governador Paulo Câmara, vice-presidente nacional do partido, que trabalha pelo apoio formal ao PT, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Isso tem gerado insatisfação em alguns pedetistas.

Um deles, o membro do Diretório Nacional do PDT, Túlio Gadelha, afirmou, ontem, que a manutenção do apoio do seu partido a Paulo Câmara em Pernambuco passa pelo apoio do PSB a candidatura de Ciro Gomes. “Se o PSB não estiver com Ciro, o PDT cai fora (da base de Paulo)”, declarou ele, acrescentando que este sentimento tem consonância com a direção nacional. “O governador tem dificultado essa construção (de aliança). Existe insatisfação, pois essa construção política não é de agora”. Caso haja uma ruptura, a beneficiada será a vereadora Marília Arraes (PT), pré-candidata ao governo , que ainda tem sua postulação ameaçada.

Esta insatisfação ficou aparente quando o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse, anteontem, que já fez o que poderia para obter o apoio. “Estamos aguardando a decisão do PSB. Tudo que a gente podia fazer, de gestos de apoio, a gente já fez. A decisão, agora, é deles”, salientou. Apesar do desconforto, em Pernambuco, há uma comissão provisória, comandada pelo deputado federal Wolney Queiroz. O pai, ex-prefeito José Queiroz, e ele estão ligados ao PSB há anos e dificilmente desembarcariam do governo Câmara. José Queiroz, inclusive, está cotado para assumir uma das vagas ao Senado na Frente Popular, caso o PSB não formalize apoio ao PT. Do contrário, o senador Humberto Costa (PT) ocuparia o espaço. 

O gesto pedetista de apoio a França reverberou dentro do PSB, mas não alterou cenário interno. Atualmente, a aliança com o PDT possui mais adeptos, porém há diretórios, como o de Pernambuco, que defendem a aliança com PT, e outros setores que preferem a neutralidade, como forma de acomodar alianças regionais sem rachar o partido. Neste caso, Gomes ficaria isolado e com apenas 28 segundos de tempo de televisão. 

O líder do PSB na Câmara, deputado federal Tadeu Alencar (PE), ponderou que o apoio do PDT ao PSB em São Paulo é um movimento positivo, mas não definidor. “Fortalece a posição de aliança ao partido, mas as coisas não se resolvem com o apoio em um estado isolado, pois há visões distintas no partido”, ponderou. Já o deputado federal Julio Delgado (PSB-MG) avaliou que “ajuda, mas contribui pouco” na construção do apoio interno. “O PDT não tem densidade em São Paulo. Então, ajuda pouco na tentativa de fazer o PSB apoiar Ciro”, destacou o mineiro, acrescentando que, no entanto, o pedetista ainda possui muitos apoiadores internos.

Com informações do Blog da Folha de Pernambuco

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