terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Na Paraíba - Ex-governador Ricardo Coutinho é alvo de mandado de prisão na Operação Calvário

O ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB) é alvo de mandado de prisão preventiva na sétima fase da Operação Calvário, da Polícia Federal, que foi deflagrada na manhã desta terça-feira (17), na Paraíba. São cumpridos 54 mandados de busca e apreensão e 17 mandados de prisão preventiva, nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Goiás e Paraná. Além de Ricardo Coutinho, deputados, prefeitos e secretários são alvos da Operação Calvário - Juízo Final.

Os alvos dos mandados de prisão preventiva são:

  • Ricardo Vieira Coutinho (ex-governador - PSB)
  • Estelizabel Bezerra de Souza (deputada estadual - PSB)
  • Márcia de Figueiredo Lucena Lira (prefeita do Conde - PSB)
  • Waldson Dias de Souza (ex-secretário de de Planejamento, Orçamento e Gestão)
  • Gilberto Carneiro da Gama (ex-procurador geral do Estado)
  • Cláudia Luciana de Sousa Mascena Veras
  • Coriolano Coutinho
  • Bruno Miguel Teixeira de Avelar Pereira Caldas
  • José Arthur Viana Teixeira
  • Breno Dornelles Pahim Neto
  • Fracisco das Chagas Ferreira
  • Denise Krummenauer Pahim
  • David Clemente Monteiro Correia
  • Márcio Nogueira Vignoli
  • Valdemar Ábila
  • Vladimir dos Santos Neiva
  • Hilario Ananias Queiroz Nogueira

O G1 entrou em contato com a assessoria da deputada estadual Estela Bezerra e, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta. O advogado Educardo Cavalcanti, que faz a defesa do ex-governador Ricardo Coutinho, infomrou que ainda está tomando ciência do conteúdo e acompanhando as medidas que estão sendo executadas. O G1 tenta contato com os outros investigados na Operação Calvário.

O objetivo da operação é combater uma organização criminosa atuante em desvio de recursos públicos destinados aos serviços de saúde no Estado da Paraíba, por meio de fraudes em procedimentos licitatórios e em concurso público, corrupção e financiamento de campanhas de agentes políticos, além do superfaturamento em equipamentos, serviços e medicamentos.

A operação, realizada em conjunto com o o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), Ministério Público Federal e Controladoria-Geral da União (CGU), apura desvio de recursos públicos na ordem de R$ 134,2 milhões, dos quais mais de R$ 120 milhões teriam sido destinados a agentes políticos e às campanhas eleitorais de 2010, 2014 e 2018.

Segundo a Polícia Federal, foi constatado que um dos alvos da operação, que ocupou cargo de alto escalão no executivo estadual, encontra-se fora do país e, por isso, foi solicitada a inclusão do seu nome na difusão vermelha da Interpol. No entanto, a PF não divulgou nomes.

De acordo com a decisão do desembargador Ricardo Vital, alguns investigados nas fases anteriores da Operação Calvário, passaram a colaborar com as informações, apresentando narrativas e elementos relativos à estrutura hierárquica e ao funcionamento da suposta organização criminosa, identificando outros participantes. Entre os colaboradores, estão Daniel Gomes, considerado um dos líderes da organização criminosa.

Investigação - De acordo com as investigações, organizações socias reuniram uma rede de prestadores de serviços terceirizados e de fornecedores, com a celebração de contratos com sobre-preço na gestão dos Hospitais de Trauma, de Mamanguape e o Metropolitano em Santa Rita, os três na Paraíba.

Conforme a Polícia Federal, com o objetivo de se proteger de uma fiscalização do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, a organização pagou reiteradamente vantagens indevidas, valendo-se de contratos de “advocacia preventiva” ou contratos de “advocacia por êxito”, ocultando a natureza, origem, disposição e movimentação dos valores.

A investigação ainda identificou o uso eleitoral dos serviços de saúde, com direcionamento de atendimentos e fraude no concurso de pré-seleção de pessoal do Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita, no ano de 2018.

Os investigados irão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes previstos de organização criminosa, fraude em licitação, corrupção passiva e ativa.

Com informações do G1

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