O vereador e pré-candidato a prefeito Fernando Aragão, que
já estava de malas prontas para entrar no PT, deu meia-volta e decidiu
filiar-se ao PTB, partido do ministro Armando Monteiro Neto, e que tem o vereador
Helinho Aragão na direção da legenda em Santa Cruz do Capibaribe.
O medo - Segundo uma informação que circulou entre membros da
oposição durante a semana passada, o que fez Fernando Aragão desistir de ir
para o PT foi o temor de ter sua candidatura contaminada pela degradação que
atinge o partido em todo o país, por conta de inúmeras denúncias de corrupção. Isso
teria sido demonstrado, inclusive, por uma pesquisa encomendada pelo próprio
vereador.
Optando pelo PTB, além de evitar ficar na defensiva durante
toda a campanha a prefeito do ano que vem, Fernando terá como bônus um maior envolvimento
com a sua campanha, tanto da parte de Armando Monteiro, como da parte de Zé
Augusto Maia, principal aliado do ministro em Santa Cruz.
Prego batido... - A decisão de Fernando Aragão foi selada na última selada na
última sexta-feira, em reunião com o próprio Armando Monteiro, da qual
participaram Zé Augusto Maia, Galego de Mourinha e Ricardo Teobaldo.
...Ponta virada? - No encontro, foi ratificado o acordo que envolve as eleições
de 2016 e 2018, que terá Zé Augusto como candidato a deputado estadual, cabendo
também a ele a indicação do deputado federal a ser apoiado pelo grupo
Taboquinha.
O quadro nacional - Em todo o país a legenda agora descartada por Fernando vive
uma situação delicada. Esta semana, na tentativa de conter uma debandada
estimada em dez deputados e três senadores, o PT escalou o ex-presidente Lula
para tentar impedir o que já se dava como praticamente certo.
Segundo integrantes da direção petista, Lula vai dividir com
o presidente nacional do PT, Rui Falcão, a tarefa de convencer os descontentes
a permanecerem na legenda. Além disso, o partido deve antecipar as discussões sobre as eleições municipais de 2016. A sigla tem hoje 63 deputados e 13
senadores.
As consequências - Os efeitos da crise sobre o partido nas eleições do ano que
vem e a ameaça de debandada chegaram a ser tratados na reunião do Conselho
Consultivo da presidência do PT, na segunda-feira, com a presença de Lula. A preocupação
aumentou posteriormente, com o anúncio do deputado Alessandro Moro (RJ),
ex-vice-líder do PT na Câmara, de trocar a legenda pela Rede, da ex-senadora Marina
Silva.
Segundo um auxiliar de Lula, que participou da reunião do
Conselho Consultivo, na segunda-feira, o ex-presidente afirmou que o ‘o PT pode
perder tudo, mas, se reeleger Fernando Haddad em São Paulo, terá ganho a
eleição’.
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