Diante das indicações da uma aproximação entre o PT e o PSB nas eleições de 2018, surge um impasse sobre a presença do deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB),com vaga garantida no senado na chapa com Paulo Câmara (PSB), dividindo o mesmo palanque com os petistas, seus adversários políticos históricos.
Crítico ferrenho da gestão do PT durante os 12 anos da gestão municipal em Recife, Jarbas adotou um discurso brando ao falar da possibilidade de ter os petistas como aliados, assinalando que está disposto a ter tolerância (palavra que repetiu diversas vezes) com essa nova conjuntura que pode se formar, em nome da aliança com o governador. "Eu posso ser acusado disso ou daquilo, mas eu não sou uma pessoa intolerante. O PT chegando chegou, deixa ele chegar, não faz mal nenhum, eu não vou me incomodar não", disse o deputado em entrevista à Rádio Jornal nesta quinta-feira (31).
Política é política - Ele pondera que a hipótese de aliança entre os dois partidos que vem sendo apontada é "absurda", mas "politica é politica, pode acontecer". "Não há possibilidade de eu me abraçar com o PT, nenhuma, zero. Mas eles chegando eu tenho que ter grandeza, espaço, tolerância. Eu não posso virar um intolerante nessa altura da minha vida, da minha idade", contou o deputado. Ele também garantiu que não tem pretensões de romper com o governador Paulo Câmara.
A fala do deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB) ontem, à Rádio Jornal, de que não se sente incomodado com uma aproximação do PT com o bloco do PSB estadual, ao qual o peemedebista é aliado, gerou reações distintas entre os petistas.
Alguns representantes dizem que a aproximação de Jarbas com o PT é praticamente descartada, por conta do passado de adversidades políticas, outros nomes dizem que o cenário não trará surpresa. Vice-líder da oposição na Alepe, Teresa Leitão enxerga um grande problema em uma aliança com Jarbas. “Jarbas não é simplesmente um rival político do PT. Ele tem um lado e nós temos outro. A gente não está desesperado. Estamos construindo uma candidatura própria e um palanque para Lula. É muita arrogância ele dizer isso. O PT se incomoda muito de estar com ele”, declarou. A deputada estadual lembrou que o peemedebista votou favorável ao impeachment de Dilma Rousseff (PT) e esteve ao lado de Aécio Neves (PSDB) na eleição de 2014. “Ele é que está indefinido no PMDB, nós não, estamos muito bem definidos”, acrescentou.
Na avaliação do ex-prefeito do Recife, João Paulo, os palanques de 2018 serão divididos entre pró e contra o governo de Michel Temer (PMDB).
“O problema do palanque não é quem vai ou vem para uma aliança. Isso é uma questão menor a ser desconsiderada. O que vai balizar é a estratégia”, disse. João Paulo afirmou que não seria uma surpresa se Jarbas estivesse em um mesmo palanque com o PT. “Na política, vi muitos cenários que seriam impossíveis, até com o próprio Jarbas, como foi a aliança com Eduardo Campos e Roberto Magalhães”, acrescentou. Para o ex-prefeito, Jarbas já deu uma demonstração que se encaixaria no lado “anti-Temer” quando votou pela admissibilidade da denúncia de investigação de corrupção do presidente. A declaração de Jarbas, na opinião de João Paulo, não promove mudanças imediatas no PT, mas não descarta a possibilidade da união. “Há uma resolução interna (do PT) que é ter candidatura própria. Mas há decisões que mais na frente podem ser definidas”, acrescentou.
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