domingo, 4 de junho de 2017

Gleisi Hoffmann é eleita presidente do PT com 60% dos votos

Ré na Lava-Jato, a líder do PT no Senado, senadora Gleisi Hoffmann (PR), foi eleita nova presidente do PT, com 60% dos votos. Seu principal concorrente, o senador Lindbergh Farias (RJ), ficou em segundo lugar, com 38% dos votos dos delegados. Gleisi substitui Rui Falcão no cargo e exercerá a função por dois anos. A eleição contou com o voto de 596 delegados e ocorreu no 6° Congresso Nacional do PT, que contou com a presença dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Ela será a primeira mulher a presidir o partido. 

Em sua primeira entrevista coletiva após ser eleita, Gleisi foi perguntada sobre o fato de ser ré na Lava-Jato e se isso pode ser danoso para a imagem do partido. A senadora reafirmou declarações que Lula fez em seu discurso, minutos antes, e disse que apesar dos ataques que vem sofrendo, o ex-presidente continua liderando as pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais.

Candidata de Lula, Gleisi afirmou que o partido não fará autocrítica porque não quer fortalecer o discurso de seus adversários. Reunido em seu 6º Congresso, o PT era cobrado, inclusive por setores à esquerda do partido, a reconhecer supostos erros, como o envolvimento em escândalos de corrupção e alianças com partidos como o PMDB.

Em campanha para a presidência do PT, Gleisi ressaltou êxitos dos governos petistas, como distribuição de renda e geração de empregos. Ela defendeu bandeiras históricas petistas, como taxação de grandes fortunas e regulação dos meios de comunicação. Para a senadora, um dos desafios da nova direção do PT é nacionalizar o partido, tradicionalmente concentrado em São Paulo. Gleisi também defendeu a candidatura de Lula à Presidência da República e eleições diretas em caso de afastamento do presidente Michel Temer.

Gleisi é acusada de receber R$ 1 milhão do esquema de corrupção na Petrobras para sua campanha em 2010. Ela e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, respondem por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, mas negam as acusações.

Gleisi enfrentou o senador Lindbergh Farias (RJ) na disputa pela presidência do partido. Candidato pela corrente Muda PT, Lindbergh adotou o discurso da radicalização. Em sua fala final, para pedir os votos dos filiados, o senador afirmou que o partido precisa se preparar para o “enfrentamento”. Ele defendeu que a militância seja fortalecida para “barrar o avanço” do neoliberalismo e da burguesia.

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