terça-feira, 16 de novembro de 2021

No PSB, filiação de Alckmin ganha eco e ponte seria feita pelo PT





São Paulo é o Estado definido, hoje, no PSB, como “problema mais emblemático” do partido no bojo das costuras regionais que vêm se dando, visando a uma aliança com o PT para corrida presidencial. O detalhe é que, longe dos holofotes, um movimento silencioso vem ganhando ressonância nas coxias: uma eventual filiação do ex-governador Geraldo Alckmin ao PSB.

Na cúpula socialista, essa travessia não é descartada. Segundo lideranças da legenda que preferem não se identificar, isso interessaria ao ex-presidente Lula e caberia ao PSB aceitar ou não essa “oferta”.

Não tem martelo batido, mas certo, no PSB, é que essa construção nacional não faria o partido abrir mão de uma candidatura de Márcio França em São Paulo. Ao UOL, no último sábado, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, sublinhou que “não há hipótese de retirar a candidatura” de Márcio, que, segundo o dirigente, “é candidato para valer mesmo”.

Nesse caso, socialistas que acompanham as movimentações não detalham como uma eventual filiação de Alckmin ao PSB poderia ajudar a desembaraçar a situação no cenário paulista. Apenas admitem, em conversas reservadas, que essa travessia de Alckmin para o PSB é do interesse de Lula, o que levaria o PT agir como ponte no processo.

Coincidência ou não, ontem, o ex-presidente petista, ainda que não confirme sua candidatura à presidência da República, não descartou que Alckmin possa vir a ser candidato a vice em uma chapa encabeçada por ele.

“Tenho uma extraordinária relação de respeito com o Alckmin. Fui presidente quando ele foi governador. Conversamos muito. Não há nada que aconteceu entre mim e o Alckmin que não possa, sabe, ser reconciliado. Não há”, disse Lula dois dias depois de o próprio Alckmin ter iniciado a série de acenos. 

Sobre a possibilidade de ser candidato a vice de Lula, Geraldo Alckmin se disse “honrado” com a hipótese e realçou que Lula “tem apreço pela democracia”. O caminho de Alckmin vinha sendo pavimentado rumo ao PSD, presidido nacionalmento por Gilberto Kassab, que também tem diálogo aberto com o PT, o que pode tornar o papel de Lula como intermediador indispensável, conforme tem realçado as lideranças do PSB.

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