sexta-feira, 14 de abril de 2023

Pega na mentira! - Suspeito de financiar acampamento bolsonarista no DF nega participação em ataques, mas se contradiz em depoimento à CPI


O empresário Joveci Xavier de Andrade, um dos donos da rede Melhor Atacadista, negou ter participado dos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro. A declaração foi feita durante a
CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), nesta quinta-feira (13), mas o próprio depoente entrou em contradição ao ser confrontado com uma foto onde aparece junto a bolsonaristas radicais (veja vídeo acima).

Joveci é suspeito de financiar o acampamento bolsonarista que ficava em frente ao Quartel-General do Exército Brasileiro, além de fornecer transporte para radicais que cometeram os ataques. Após ser confrontado com uma foto dele junto onde segura um cartaz contra o Supremo Tribunal Federal (STF) ele voltou atrás.

"Eu não entendi assim o 'participar'. Ir lá, ir no QG eu fui muita vezes. Eu entendi o participar de forma diferente", disse o empresário Joveci Xavier de Andrade.

O presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT), mostrou em um telão duas fotos em que o empresário aparece. Uma no acampamento e outra na Esplanada dos Ministérios, no dia dos ataques às sedes dos Três Poderes.

Sobre a foto dele na Esplanada dos Ministérios, no dia 8 de janeiro, Joveci disse que chegou ao local por volta das 17h, mas que não invadiu nenhum dos prédios e que só chegou "próximo à rampa do Congresso Nacional".

O empresário também negou ter fornecido alimentos, banheiros químicos e barracas para o acampamento bolsonarista. Ele disse ainda que não contratou um trio elétrico para manifestações a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mesmo sendo mostrada uma foto de um caminhão.

Empresário Joveci Andrade, durante CPI dos Atos Antidemocráticos — Foto: André Duarte/Divulgação

Além do Melhor Atacadista, o empresário Joveci Xavier de Andrade é sócio da Garra Food Solutions, da Canal Distribuição e da Marcas Premium. O g1 entrou em contato com as quatro empresas citadas, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

“A nossa empresa não participa rede nenhuma doação política. Não doou um centavo", disse Joveci, durante o depoimento.

O empresário obteve na Justiça o direito de ficar em silêncio durante o depoimento. No entanto, ele decidiu responder as perguntas dos deputados.

Calendário atualizado - A CPI dos Atos Antidemocráticos da CLDF apura os atos terroristas ocorridos em Brasília nos dias 12 de dezembro de 2022 e 8 de janeiro de 2023. Em 12 de dezembro, apoiadores radicais do presidente Jair Bolsonaro deflagraram uma série de atos de vandalismo na capital federal e danificaram e incendiaram carros e ônibus. Em 8 de janeiro, grupos terroristas invadiram e depredaram as sedes dos três poderes.

Até esta quinta-feira (13), além de Joveci Xavier de Andrade cinco pessoas foram ouvidas. Veja abaixo quem já prestou depoimento e o que disseram:


Segundo os parlamentares, 24 pessoas estão com convocação aprovada. Entre elas, sete já têm depoimento marcado:

  • 13 de abril: Joveci Andrade, empresário suspeito de financiar o acampamento no Quartel-General do Exército, em Brasília;
  • 19 de abril: general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo de Jair Bolsonaro;
  • 27 de abril: coronel Cintia Queiroz de Castro, subsecretária de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública do DF;
  • 4 de maio: Adauto Lúcio Mesquita, empresário suspeito de financiar o acampamento no Quartel-General do Exército, em Brasília;
  • 11 de maio: coronel Fábio Augusto Vieira; ex-comandante-geral da PM;
  • 18 de maio: general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto;
  • 25 de maio: José Acácio Serere Xavante, indígena preso em 12 de dezembro, dia de ataques à sede da Polícia Federal, em Brasília.
Além desses, outras cinco pessoas estão na lista de prioridade para serem ouvidas na CPI: coronel Reginaldo Leitão, coronel Klepter Rosa, coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos, major Cláudio Mendes dos Santos e tenente-coronel Paulo José.

Com informações do Globo.com

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