sexta-feira, 25 de junho de 2021

Lula ou Bolsonaro? – Líderes políticos de Santa Cruz do Capibaribe preferem ‘ficar em cima do muro’. Diogo Moraes é o único com posição definida: ele apoia Lula


‘Se a eleição para presidente da república fosse hoje, em que você votaria, Lula ou Bolsonaro?’ A pergunta feita em enquetes de rádios, blogs e sites, como também, em pesquisas de opinião pública, tem causado uma reação estranha em praticamente todos os líderes de grupos políticos da Capital das Confecções: eles simplesmente tapeiam, saem pela tangente e/ou preferem o ‘muro’.

O fato de Santa Cruz do Capibaribe ter sido o único município pernambucano onde Bolsonaro venceu o então candidato Fernando Haddad, ainda ecoa nos bastidores na política estadual. Se contrapor ao ‘Mito’ na cidade é visto por muitos como burrice. Tal fato ocorreu em 2018, na eleição estadual/federal, e se repetiu em 2020, na disputa municipal, quando nenhum dos três candidatos a prefeito fez uma crítica sequer ao presidente.

Principal nome do Bolsonarismo local, o jovem Adilson Viturino chegou a disputar um mandato de vereador na eleição do ano passado. Apontado por muitos como uma provável surpresa no pleito, ele trocou o sobrenome por ‘Bolsonaro’ e obteve 529 votos. Filiado ao PSD, Adilson é hoje o segundo suplente do seu partido na Câmara de Vereadores.

Na contramão da onda Bolsonarista surge mais uma iminente candidatura a presidente de Luiz Inácio Lula da Silva, ou simplesmente, Lula. Nordestino, popular/populista e visto como aquele que, como presidente da república, mais fez pelos pobres e pelas minorias, Lula aparece como o antídoto ideal para tudo o que representa Jair Bolsonaro. Ficar contra um candidato com esse perfil, também é visto por muitos como uma sandice eleitoral.

Então vejamos e analisemos a posição das principais lideranças políticas da cidade:

Edson e Alessandra Vieira: O casal deverá seguir o caminho do senador Fernando Bezerra Coelho, líder do governo Bolsonaro no Senado e que é pai do pré-candidato ao governo Miguel Coelho, um entusiasmado defensor das ações do governo federal em Pernambuco. A tendência é que Edson e Alessandra (ela a contragosto) apoiem o projeto bolsonarista, pela ligação com os Bezerra Coelho.

Fábio Aragão: Evangélico, Fábio faz parte do segmento que conta com a maior parte dos apoiadores do presidente Bolsonaro. O ‘nó’ para Fábio dar-se pelo fato dele fazer parte da Frente Popular de Pernambuco, que terá no candidato ao PSB o principal opositor do bolsonarismo no estado. Fábio ficará entre a cruz e a espada, mas na hora do ‘vamos ver’ ele deverá acompanhar o bloco Lulista.

Zé Augusto Maia: “Vai depender do que o presidente fizer pela economia até 2022”. Esse é o discurso do ex-prefeito, que hoje não apresenta nenhuma tendência de apoio, seja a Bolsonaro ou a Lula. Sabido, como poucos, Zé Augusto criou um ‘mote’ que dará a ele o tempo necessário para que as articulações nas esferas local e estadual aconteçam. Seja qual for o caminho a seguir, Zé com certeza já tem um discurso ensaiado, na ponta da língua, que justificará o seu apoio a um ou ao outro.

Allan Carneiro: “Viajei e não votei em ninguém em 2018”. Assim Allan Carneiro justificou o fato de não votar em nenhum dos candidatos a presidência no segundo turno da eleição de 2018. Agora, passados três anos e meio, a situação é diferente. Allan terá que se posicionar, e como já disse com todas as letras que não vota em Lula, deverá se abraçar a outra candidatura no primeiro turno (Ciro Gomes, Dória ou Sérgio Moro) e em um eventual segundo turno também engrossar o bloco bolsonarista da Capital das Confecções.

Uma observação importante deve ser feita: Qualquer que seja a decisão anunciada por cada um dos líderes, todos os grupos terão pessoas simpáticas a reeleição de Bolsonaro, como também ao projeto político de Lula. Tornou-se praticamente impossível um partido local ter uma ideia fechada em relação a disputa presidencial. 

Diogo Moraes: O deputado socialista é o único que já tem discurso pronto e posição firme em relação a disputa entre Lula e Bolsonaro. Diogo não poupa críticas ao atual presidente e faz questão de enfatizar os feitos do petista, quando o mesmo comandou a nação. Diogo não teme perder apoios de bolsonaristas que eventualmente votariam nele para deputado estadual e aposta suas fichas na posição firme, que eventualmente lhe renderá a simpatia de petistas, socialistas e apoiadores de Lula.

Diogo tem posição firme e definida, algo necessário em tempos de debates polarizados, constantes e cada vez mais ácidos. Os demais, mais cedo ou mais tarde terão que descer do muro, afinal de contas, como diz a vereadora Jéssyca Cavalcanti (Lulista de carteirinha), “Quem muito anda em cima do muro está sujeito a levar pedradas dos dois lados”.

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