sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Confira a edição deste final de semana da Coluna 'Politicando'


No ar mais uma coluna ‘Politicando’, com os principais fatos da sempre animada (ou quase sempre) cena política de Santa Cruz do Capibaribe.

Bolsonarização - A nova configuração política do grupo Boca-Preta de Santa Cruz do Capibaribe leva muitos a crerem em um alinhamento definitivo e cada vez mais contundente, do projeto liderado pelo deputado estadual Edson Vieira e a ex-deputada Alessandra Vieira com o que representa o ex-presidente da república, Jair Bolsonaro.

Maioria - Formado historicamente por figuras políticas representantes da direita pernambucana, o grupo Boca-Preta sempre teve a maior parte dos líderes, bem como, dos eleitores, simpáticos ao projeto bolsonarista.

Não é de hoje - Mesmo quando evitaram declarar apoio abertamente a Bolsonaro, como aconteceu na campanha presidencial de 2018, Edson e Alessandra viram um significativo número de eleitores e correligionários seus envolvidos na campanha do então candidato ao Palácio do Planalto.

Reprise - Em 2022 o quadro se desenhava semelhante ao que havia ocorrido em 2018, com Edson e Alessandra novamente neutros na disputa presidencial, mesmo que, mais uma vez, seu eleitorado estando pesadamente engajado na campanha de Jair Bolsonaro, agora candidato a reeleição.

Porém, com um fina diferente - E assim ocorreu, só que dessa vez, apenas no primeiro turno da eleição. Quatro anos após permanecer em cima do muro por dois turnos, Edson e Alessandra resolveram declarar apoio a Bolsonaro, de olho, claro, nos lucros políticos que eles poderiam ter de imediato, mas principalmente, em eleições futuras.

O final dessa história todos conhecem - Em 30 de outubro de 2022 Lula derrotou Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial e pôs fim, assim, ao seu sonho de presidir a nação por mais quatro anos... Para muitos, um verdadeiro livramento para o país.

A dúvida - Em Santa Cruz do Capibaribe a dúvida agora era: Edson e Alessandra seguiriam empunhando a bandeira bolsonarista, ou voltariam a caminhar em cima do muro?

A prova - Alguns meses se passaram até que no último mês de outubro, mais precisamente no dia 12, Alessandra deu uma prova inequívoca que o seu espírito bolsonarista estava mais vivo que nunca.

O efeito - Uma foto ao lado da ex-primeira-dama Michele Bolsonaro foi o suficiente para incendiar os bastidores do grupo Boca-Preta, a imagem deixou alguns insatisfeitos, na bronca com a imagem e os elogios rasgados por Alessandra na legenda da mesma, no entanto, a maior parte dos comentários de partidários foi de apoio, muitos, inclusive, entusiasmados.

Pra todo mundo ver - Naquele dia, naquele feriado, ficou claro qual caminho a família Vieira pretendia seguir e a ideologia bolsonarista não dividiria mais espaço de decisões com os esquerdistas que ainda seguem alinhados aos direcionamentos políticos/eleitorais de Edson e Alessandra.

Não é bem assim... - Mas, uma coisa é Edson e Alessandra ‘bolsonarizarem’ o grupo Boca-Preta, outra coisa, completamente diferente, é afirmar que os mesmos atraíram para si o apoio daqueles que se dizem ‘direitistas convictos’. Esses, são de ideologia mais cristalizada e nas últimas eleições deram apoio aos projetos eleitorais de Allan Carneiro, tanto em 2020, quanto em 2022.

Carneiro ligado - Allan ‘O Carneiro’ (apesar de jurar que não é candidato em 24) monitora todos os movimentos dos bolsonaristas santa-cruzenses, tendo, inclusive, participado de reuniões com o presidente estadual do PL, Anderson Ferreira, com o deputado estadual Abimael Santos, e nomes do PL local, com destaque para Adilson ‘Bolsonaro’, que trabalha para selar a aliança do grupo Verde com o PL.

A articulação - Allan chegou a articular a ida de Dida de Nan para o PL, o que ‘amarraria’ de uma vez por todas o PL na chapa Verde de 2024, mas a coisa não andou, a filiação foi adiada, adiada e adiada mais uma vez, o que teria irritado a cúpula do PL pernambucano.

A titubeada - Aparentemente o grupo de Allan ‘O Carneiro’, quer muito os votos bolsonaristas, mas não quer ir pro PL, já Edson Vieira, pra garantir a viabilidade eleitoral de Alessandra (provável candidata a prefeita), faz o que for preciso, e vai para o que for preciso, nesse caso, o PL.

Quem viver verá - O que parecia impossível até bem pouco tempo, pode se tornar realidade em 2024... Figuras como, a vereadora Jéssyca Cavalcanti, o ex-secretário Joselito Pedro e a recém-eleita conselheira Tutelar Letícia Cavalcanti votarem no 22, em uma campanha que terá cara, cores, jeito e estampa do Bolsonarismo.

Decisão certa - O vereador Gilson Julião revelou ao editor da coluna seu sentimento, neste momento, diante tudo o que acontece no grupo Boca-Preta. “Sem sombra de dúvidas estou muito tranquilo com a decisão que tomei, pois vejo que não haveria como conciliar aquilo que penso e defendo, com as ideias bolsonaristas. Não sei com que cara algumas pessoas que estão lá irão às ruas em 2024, defender um projeto que vai de encontro a tudo o que eles discordam, seja no campo político, social ou humanitário”, disse ele.

História x interesses - “Definitivamente não vale tudo por um mandato... Não vale a pena você enterrar uma história de lutas, princípios, entendimentos e conceitos, apenas para apoiar os interesses de alguém, que a bem da verdade, não se importa com suas bandeiras de luta, empunhadas por toda sua trajetória”, falou Gilson Julião.

E para finalizar, perguntar não ofende: Quem tem mais moral junto aos bolsonaristas de alta patente em Pernambuco, Robson Ferreira (o renegado) ou Adilson (o Bolsonaro)?

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