quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Organização Mundial da Saúde diz que bruxismo atinge cerca de 30% da população mundial


O bruxismo – problema que atinge cerca de 30% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) – leva a pessoa a apertar ou ranger os dentes de forma involuntária, constante e excessiva. Isso causa carga de pressão sobre os dentes e de tensão nos músculos da mastigação. Há pacientes que não apresentam qualquer sintoma, como explica o ortodontista Pedro Miranda – especialista em DTM (Disfunção Temporomandibular) e Dor Orofacial e integrante da Comissão de Odontologia do Sono do CRO-PE (Conselho Regional de Odontologia-PE). Porém, os que sentem, se queixam de dor de cabeça ao acordar, cansaço matinal, dores nas articulações da mandíbula, além de desgaste ou fraturas nos dentes.

Causas – O bruxismo pode ocorrer em qualquer hora do dia, mas é mais comum à noite (durante o sono), sendo conhecido como bruxismo noturno ou do sono. Geralmente, é causado por fatores como estresse ou ansiedade. Pode, ainda, estar relacionado a fatores genéticos ou respiratórios, como à apneia do sono. “O bruxismo do sono é mais acentuado em crianças, causando o desgaste dos dentes. Já os casos que o paciente tem dor são predominantes em adultos, com prevalência maior entre as mulheres”, explica o ortodontista Pedro Miranda.

O especialista em DTM esclarece que o bruxismo tem origem no Sistema Nervoso Central, com algumas alterações que acontecem durante o sono e que excitam o indivíduo a realizar alguns hábitos. “Quando exercidos de uma maneira mais frequente, com uma força maior, caracteriza o que é chamado bruxismo do sono. Isso desfaz antigas teorias que diziam que o bruxismo tinha a ver com problemas de oclusão dentária ou presença de verminoses, em crianças”, desmistifica o profissional.

Diagnóstico e Tratamento – O bruxismo do sono não tem cura. Já o bruxismo de vigília – por ser um hábito – tem tratamento. O diagnóstico é feito por um médico ou dentista, que identifica a causa da condição e indica o paliativo (no caso do bruxismo do sono) ou tratamento (no caso do bruxismo de vigília). Para o bruxismo do sono, se costuma envolver a utilização de placa de bruxismo na hora de dormir. Essas servem para proteger os dentes dos danos provocados. Já o bruxismo de vigília pode ser removido por meio do tratamento liva, terapias de feedback e App como o “desencoste seus dentes”
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Os sintomas do bruxismo do sono também podem ser controlados, melhorando a qualidade de vida do paciente, com o auxílio de outras medidas. “Exercícios físicos, que melhoram a qualidade do sono (mais aprofundado, sem micro-despertares) podem auxiliar na atenuação dos sintomas. E, apesar de não haver uma relação direta, a terapia pode ajudar por atenuar o estresse que pode estar induzindo algum distúrbio do sono ou preocupação”, acrescenta o ortodontista.

Em contrapartida, o consumo em excesso de cafeína, álcool antes de dormir ou cigarro pode aumentar a frequência da condição. O refluxo – por diminuir o pH do esôfago e aumentar a atividade do músculo da mastigação – pode favorecer o hábito. Podem-se ser realizados treinamentos para se evitar esse tipo de hábito involuntário, durante o dia. “Essa é uma estratégia que usamos e obtém muito sucesso. Existem, inclusive, aplicativos que lembram o paciente, de tempos em tempos, para que ele não aperte os dentes. Quando não identificado e tratado, problemas que envolvam o funcionamento da articulação temporomandibular (ATM), que liga a mandíbula ao crânio, podem ser desenvolvidos, assim como dores de cabeça ao amanhecer, decorrentes do bruxismo do sono, e dores de cabeça durante o dia, principalmente no final da tarde, associada ao bruxismo de vigília”, finaliza o especialista.

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