terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Chacina de Poção: julgamento de executor chega ao segundo dia; "Há nove anos esperamos por justiça"


Após prorrogação, o julgamento de Wellington Silvestre dos Santos, também conhecido como “Chave de cadeia”, tem continuidade nesta terça-feira (27). Ele é acusado de ser o principal executor da chacina de Poção, no Agreste de Pernambuco, que deixou quatro mortos, em 2015. O júri popular acontece no Fórum Thomaz de Aquino, no bairro de Santo Antônio, Centro do Recife.

Uma das vítimas foi o conselheiro tutelar Lindenberg Nóbrega de Vasconcelos, à época com 54 anos, pai de Linderberg Filho, presente no tribunal nesta terça. Ele espera que o desfecho seja justo e que honre o seu pai.

"A gente espera que o processo ocorra da melhor forma e que a tese dos promotores seja aceita para que o réu seja realmente condenado e pague pelo que ele fez. Há nove anos, esperamos por justiça e torcemos que tudo termine da forma correta, que é clamando por justiça", contou.

Outra pessoa presente no fórum é Luciana Vasconcelos, irmã de Lindenberg Nóbrega de Vasconcelos. Ela revela um momento "difícil" para a família, mas que representa um capítulo final para essa história. "Já faz nove anos que estamos passando por essa situação e esperamos justiça. Que a justiça prevaleça, que ela seja feita e que a gente saia com uma sentença positiva", explicou.

A sessão, que é presidida pelo juiz Abner Apolinário, terá espaço para que a defesa do réu apresente seu pronunciamento. Depois haverá uma réplica, por parte do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e uma tréplica, novamente com a defesa. A expectativa é de que a sentença seja dada ainda na parte da manhã.

Além de Lindenberg Nóbrega de Vasconcelos, foram mortas também pelo réu os conselheiros José Daniel Farias Monteiro, de 31 anos; e Carmem Lúcia da Silva, de 38. Ana Rita Venâncio, de 62 anos, também foi executada. Ela era a avó materna de Ana Cláudia, uma menina de três anos que estava no carro e sobreviveu ao episódio. De acordo com a Justiça, a mandante dos assassinatos seria a avó paterna da criança, a oficial de Justiça Bernadete Siqueira Britto de Rocha.

As investigações apontam que o crime teria sido encomendado pela avó paterna da menina, Bernadete de Britto Siqueira. Ela teria contratado o grupo de extermínio para eliminar a família materna e assegurar a guarda da criança, cuja tutela oficial era do pai, José Cláudio de Britto Siqueira Filho.

De acordo com a polícia, o delito foi planejado por Bernadette em 2014. Ela também é acusada de ter matado a mãe da criança por envenenamento, em 2012. Ao todo, oito pessoas foram denunciadas como responsáveis pela chacina.

A chacina - O júri popular é formado por sete mulheres, e Wellington Silvestre senta à cadeira do réu sob a acusação de ter matado a tiros de arma de fogo quatro pessoas dentro do Sítio Cafundó. O delito aconteceu na noite do dia 6 de fevereiro de 2015 no Agreste de Pernambuco. As investigações apontam que ele teria recebido a promessa de embolsar R$ 45 mil pelos assassinatos - ele teria ganhado, até agora, "primeira parcela" do valor, correspondente a R$ 25 mil.

Com informações da Folha de Pernambuco

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