segunda-feira, 17 de junho de 2024

O que leva uma pessoa a ter empatia diante de desastres e calamidades?


Os fenômenos naturais, epidemias, pandemias e outras situações de calamidade pública, a exemplo da mais recente para os brasileiros, que aconteceu no Rio Grande do Sul, podem ocorrer a qualquer momento. Nos últimos tempos, os eventos vêm acontecendo com uma maior frequência, no Brasil e no mundo, em decorrência das mudanças climáticas, e demais eventos sociais e políticos. Desta forma, essas catástrofes causam não apenas prejuízos físicos e materiais, mas, também, podem acarretar impactos significativos na saúde mental das pessoas afetadas. Eventos como esses desencadeiam uma série de reações emocionais, psíquicas e psicológicas nas pessoas, a exemplo de ansiedade, a hipervigilância, a falta de concentração, bem como a vivência de sentimentos negativos como culpa, tristeza e raiva.

Diante de situações de desastres e calamidades, apesar das reações que podem afetar o psicológico das pessoas, existem emoções positivas, como a da empatia, que levam uma pessoa a ser solidária e ajudar ao próximo. “Entendem-se que em meio a vivência dessas ocorrências, as pessoas também apresentam atitudes empáticas e solidárias, assim como se compadecem com o sofrimento do outro que muitas vezes está numa condição mais frágil, mesmo estando vivenciando o mesmo fenômeno”, explica a psicóloga e professora do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), Cynthia Andressa.

Em contrapartida ao sentimento de empatia, a situação de calamidade, até para quem não está vivenciando o momento, pode desencadear reações emocionais capazes de levar o indivíduo a doenças psicológicas. “Pode-se dizer que as causas são multifatoriais, tendo em vista que deve ser considerado a realidade de cada pessoa. De modo geral, essas reações podem ocorrer em decorrência do sentimento de impotência das pessoas frente ao fenômeno, dificuldades de lidar com o inesperado, que traz como consequência o luto pela perda de bens materiais e ou de familiares e ainda pelas incertezas que terão de enfrentar em relação ao futuro”, informa a docente.

Por isso, para conseguir enfrentar tais emoções Cynthia destaca a necessidade do acompanhamento com um especialista “Se não for devidamente acompanhado por profissionais capazes de cuidar da mente, as reações iniciais se apresentarão como sintomas mais persistentes que poderão dificultar a realização das atividades diárias e até mesmo a qualidade de vida dessas pessoas”, conclui.

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