Nos últimos meses têm viralizado nas redes sociais o Deepfake, tecnologia que usa inteligência artificial para, através do mapeamento dos pixels de uma imagem, realizar a troca de seus componentes. Assim, é possível mudar o rosto de uma pessoa em uma cena, ou até incluir a cabeça em um corpo de outro indivíduo, o que leva a manipulação da imagem através do uso de uma IA. O primeiro caso foi registrado em 2017, em detrimento a publicação de uma série de vídeos de conteúdo pornográfico. O pseudônimo deste usuário era DeepFake.
Por meio de diversos aplicativos, influenciadores recorrem ao Deepfake, o qual permite o recurso de alteração de imagem, para entreter e alcançar diversas curtidas, realizando cenas com brincadeiras, incluindo músicas e temas engraçados. Na maioria das vezes, essas brincadeiras digitais envolvem pessoas conhecidas no mundo da TV. Em outros casos, essa tecnologia é usada para criar Fake News no mundo digital, onde é possível colocar a imagem de um apresentador de jornal comentando um acontecimento que não ocorreu, o que pode acarretar diversas complicações, inclusive em sanções no âmbito penal.
Assim como no mundo real, o da tecnologia também não sai livre de pessoas maldosas, algo que é usado para o bom pode ser usado para o mal. “O deepfake pode ser usado com fins maliciosos para roubar dados de usuários, para denegrir a imagem de pessoas, para disseminar notícias falsas que envolvem desde interesses políticos até o furto de dinheiro por meio da engenharia social”, destaca o docente das Escolas de Engenharia e Tecnologia do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), Sidney Cunha. Em um recente caso de Deepfake, um funcionário do setor financeiro de uma multinacional foi ludibriado e induzido a pagar US$ 25 milhões para os golpistas. Os fraudadores utilizaram a tecnologia da IA para se passar pelo diretor da empresa, em uma chamada de vídeo. O caso ocorreu em Hong Kong.
O professor explica o que as pessoas devem fazer para não cair em golpes, por meio da Deepfake. “Verifique a imagem de forma detalhada observando os detalhes e verificando se existe um nexo entre os itens que a compõem. Normalmente, as imagens modificadas possuem pequenos vestígios, como pequenas áreas desfocadas, cores que não são compatíveis entre elas. Se for vídeo, vale a pena rever várias vezes para conseguir perceber os pequenos detalhes que compõem seus componentes. Nos vídeos, fica mais fácil observar a alteração de foco quando do movimento dos frames”, conclui.
Apesar de serem mais frequentes em vídeos, os Deepfakes podem acontecer em sons, na manipulação de áudio, texto, que imitam o tipo de escrita de uma determinada pessoa, e em tempo real, por meio de transmissões ao vivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário