segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

De olho no público evangélico, governo Lula lança propaganda com slogan 'um só povo'


Com o objetivo de diminuir a rejeição entre o público evangélico, o governo Lula lança neste domingo uma campanha publicitária com o slogan "Um Brasil e um só povo". As propagandas serão exibidas em rede nacional na televisão, rádio e redes sociais.

As peças contam com música entoada por cantor gospel e personagens dando "glórias a Deus" por programas sociais do governo federal.

Algumas inserções foram exibidas neste sábado pelo ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, durante a conferência eleitoral do PT, em Brasília. A uma plateia formada por petistas, ele fez um apelo para que a militância "busque dialogar" com quem não votou no presidente Lula nas eleições de 2022.

"A polarização da eleição não mudou. Fizemos mais de 25 pesquisas este ano. Todas são parecidas. O que cresceu é o regular. É quem não votou no Lula. Esse é o público prioritário que temos que buscar", disse o ministro, referindo-se ao segmento da população que considera "regular" o terceiro mandato de Lula.

Pesquisa Datafolha divulgada nesta semana apontou que 38% dos brasileiros aprovam a gestão do petista, enquanto 30% avaliam o governo como regular e outros 30%, como ruim ou péssimo. Dentro do segmento evangélico, essa reprovação é ainda maior, de 38%.

"Nosso objetivo desse fim de ano é fazer com que aquele público do regular abra a porta para ouvir o que a gente tem a falar", declarou Pimenta.

A música principal da campanha traz a seguinte letra: "Somos todos filhos, irmãos, parentes, cidadãos, de um Brasil gigante que nos quer ver crescendo".

Em nota divulgada neste domingo, a Secom escreveu que a campanha visa transmitir a mensagem de "combate ao negacionismo e a intolerância".

Em outra peça, dois familiares que brigaram por causa da vacina contra a Covid-19 voltam a se reunir e fazer as pazes na ceia de Natal. A música principal traz a voz do cantor gospel Kleber Lucas, que apoiou Lula durante as eleições e cantou na posse no início do ano.

A campanha vem em linha com o que Lula pregou na última sexta-feira no evento petista. Em seu discurso, ele reconheceu que o PT tem enfrentado dificuldades para acessar o público mais conservador, sobretudo o evangélico.

"Será que estamos falando aquilo que o povo quer ouvir de nós? Ou será que temos que aprender com o povo como é que fala com eles? Como é que a gente chega aos evangélicos?", questionou ele.

Pesquisas internas do partido acenderam o alerta de que a polarização política se cristalizou no Brasil e pode se refletir nas eleições municipais de 2024. A avaliação dentro da sigla é que é preciso eleger mais prefeitos e vereadores no ano que vem para frear a onda conservadora, que hoje domina o Congresso Nacional. Uma maior quantidade de vereadores e prefeitos é vista como crucial para a eleição de deputados e senadores em 2026.

Aos petistas, o ministro da Secom afirmou que é "proibido por lei" de divulgar o nome de Lula nas campanhas publicitárias, mas afirmou que trabalha para "municiar" a militância de informações que combatam as "narrativas" bolsonaristas.

Com informações da Folha de Pernambuco

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