O presidente
interino da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), decidiu nesta
segunda-feira, por meio de uma decisão monocrática, anular a votação do
impeachment da presidente Dilma Rousseff realizada na Casa no dia 17
de abril. Ele acolheu pedido feito pelo advogado-geral da União, José Eduardo
Cardozo. (leia ao final da reportagem a íntegra da decisão de Maranhão)
Waldir
Maranhão substituiu Eduardo Cunha na presidência da Câmara na semana passada
depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu afastar o peemedebista
do comando da casa legislativa. O deputado do PP votou contra a continuidade do
processo de impeachment na votação da Câmara, descumprindo decisão de seu partido,
que havia fechado questão a favor do afastamento da presidente da República.
No despacho no
qual anulou a votação da Câmara, Maranhão marcou uma nova votação, para daqui a
5 sessões do plenário da Casa, para os deputados federais voltarem a analisar o
pedido impeachment. O prazo começa a contar no momento em que o processo for
devolvido para a Casa pelo Senado.
Segundo o G1 apurou,
Waldir Maranhão participou, durante o fim de semana e na manhã desta
segunda-feira, de reuniões com integrantes do governo federal, deputados do PT
e do PC do B. O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, teria
participado desses encontros.
Recurso no STF
- O deputado Fernando Francischini, do Solidariedade do Paraná, vai protocolar
ainda hoje um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal, pedindo a
anulação da decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão,
sobre a suspensão do processo de impeachment de Dilma Rousseff.
"Esperamos
uma decisão sóbria e equilibrada do STF, que determinou um rito que o Congresso
vem cumprindo rigorosamente", diz Francischini, de acordo com sua
assessoria de imprensa. Francischini alega que a decisão do plenário da Câmara
dos Deputados é "soberana" e ainda foi consolidada pelo Senado.
"O atual presidente interino da Câmara é 'incompetente' para esta decisão.
Vou ao STF para garantir não somente o meu direito, mas o direito de todos os
brasileiros a um processo de julgamento parlamentar isento", completa
Francischini.
Dilma pede
cautela a aliados - A presidente Dilma
Rousseff pediu cautela a aliados nesta segunda-feira (9) sobre a decisão do
presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que
anulou a sessão do impeachment na Casa. No dia 17 de abril, o plenário da
Casa votou pela continuidade do processo de afastamento da presidente.
Dilma comentou
o ato de Maranhão durante um discurso no Palácio do Planalto em evento no qual
ela assinou a proposta para a criação de cinco novas universidades federais.
Apesar de plateia, formada por entidades ligadas à educação que apóiam a
presidente, ter comemorado a decisão de Maranhão, Dilma disse que não sabe que
consequências terá o ato e ressaltou que o país vive um momento de "manhas
e artimanhas".
Mercado
financeiro reage à decisão de novo presidente da Câmara - A Bolsa de Valores de
São Paulo (Bovespa) chegou a despencar 3,49%, abaixo dos 50 mil pontos, e o dólar
disparou 4,90%, a R$ 3,677, pouco depois de Waldir Maranhão ter anulado a
tramitação do impeachment no Congresso.
As principais
ações passaram a cair com força, como a Petrobras registrando tombo de mais de
10%. Às 13h41, no entanto, o mercado já havia recuperado parte da calma em
relação à notícia: o dólar subia 1,68%, a R$ 3,564, enquanto a Bolsa perdia
2,10%, a 50.632 pontos.
Neil Shearing,
economista-chefe para mercados emergentes da empresa de pesquisas britânica
Capital Economics, observou que a decisão de maranhão lançou o processo de
impeachment “ao caos e deixou o Brasil à beira de uma crise institucional”,
sobretudo porque “não está claro o que acontece daqui para frente”.
Com informações do G1
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